Profissão: Estagiário.

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FAÇA O SEU MARKETING PESSOAL

Você não precisa andar pela agência gritando que é o cara. Que é gênio. Mas precisa ter uma imagem de competente. Na verdade a presunção de competência – em publicidade – na maioria das vezes dá conta de tudo o que você precisa. Você nesta fase da sua carreira ainda precisa agregar valor a sua marca pessoal (nessa fase). E, principalmente, ao seu salário. Fala-se muito em salário real e salário emocional. Quer saber? Acho que o maior reconhecimento que um mercado pode dar para os melhores é dinheiro mesmo.

Prêmios são ótimos salários emocionais. Mas chame o pessoal do Credicard quando vencer sua segunda fatura do terno Boss ou da sua bolsa Victor Hugo e tente negociar um parcelamento em moedas emocionais... Tente! Salário emocional é bom argumento de cima para baixo. Você que não está nem subindo ainda – mas taxeando na pista - precisa manter o foco. E o foco é vencer na carreira.

Saiba que o salário do estagiário é o primeiro grande estímulo que a agência lhe ofereceu para ser criativo. Como viver com essa miséria? Ora, seja criativo e econômico, quando for almoçar na lanchonete ao lado da agência grite: “- Me dá um cheese-egg, sem queijo e sem ovo!!”. Uma vez um diretor de cena falou: “– A gente tem que matar um leão por dia. E ainda provar que foi a gente.” É por aí mesmo...ou você não se apressa em alardear seus feitos ou vem um outro mais rápido (e mais gritão) e assume a paternidade. Cado Bottega sempre lembrava à equipe de criação que “o sucesso tem muitos pais mas o fracasso é órfão”. Há quem diga que criatividade na publicidade é como tráfico de drogas, todo dia tem que inventar um truque novo. Com uma vantagem: você não só pode como DEVE reivindicar a autoria. Enquanto que no tráfico é melhor deixar por isso mesmo.

Agora é preciso abrir um capítulo muito delicado neste negócio de Marketing Pessoal. Você precisa acertar a dose, não pode ser tão espalhafatoso que desperte o asco dos seus rivais – que fatalmente dirão: “– Olha aí, já subiu à cabeça. Tá se achando...”, nem tão discreto que alguém possa vir e – por gritar mais alto – assumir a autoria da peça. Quem precisa saber que você é o criador é o Diretor de Criação. Depois dele considere a hipótese do segundo mais graduado dentro da agência. O Duplo do Diretor de Criação (aquele que faz dupla com o bambambã) está para a agência assim como a secretária está para o Chairman de uma multinacional. É cargo de confiança, é Eminência Parda, conhece os bastidores do poder e é sempre um articulador influente. É uma excelente porta de acesso ao topo. Se é que não é um atalho...